Economia de Serviços

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Boletim de Serviços – Julho de 2016

O Boletim de Serviços de julho de 2016 está no ar, clique aqui para acessá-lo. Alguns dos destaques:

  • A receita nominal do setor de serviços registrou aumento de 0,48% em abril, enquanto o volume de atividades contraiu 4,53%
  • A inflação acumulada em 12 meses passou de 8,53% em abril para 8,68% em maio
  • Em maio, mais de 92 mil vagas foram encerradas no setor de serviços
  • A balança de serviços segue registrando queda no déficit
  • O IDE em serviços contabilizou contração de 62% na comparação anual

Para acessar a metodologia e as séries históricas em excel, acesse: https://economiadeservicos.com/boletim.

Sem título

Fonte: PMS/IBGE. Elaboração própria.

Boletim de Serviços – Junho de 2016

O Boletim de Serviços de maio de 2016 está no ar, clique aqui para acessá-lo. Alguns dos destaques:

  • A variação negativa da receita nominal do setor de serviços indica dificuldade do setor em compensar a perda de dinamismo por meio do ajuste de preços
  • A inflação acumulada em 12 meses passou de 9,4% em março para 8,5% em abril
  • Entre janeiro e abril, o setor de serviços registrou a redução de mais de 300 mil postos de trabalho
  • A balança de serviços segue registrando um déficit inferior ao dos anos anteriores, liderado pela contração das importações para consumo pessoal
  • O IDE em serviços contabilizou contração de 10,5% na comparação anual

Para acessar a metodologia e as séries históricas em excel, acesse: https://economiadeservicos.com/boletim.

grafico

Fonte: CAGED/MTE. Elaboração própria.

Boletim de Serviços – Maio de 2016

O Boletim de Serviços de maio de 2016 está no ar, clique aqui para acessá-lo. Alguns dos destaques:

  • A receita nominal do setor de serviços subiu 2%, enquanto o volume de atividades teve redução de quase 4%, em fevereiro
  • Em março, a inflação anual de serviços desacelerou para 9,4%
  • O setor registrou o fechamento de 83,3 mil postos de trabalho em março
  • A balança de serviços segue registrando um déficit inferior ao dos anos anteriores, liderado pela contração das importações
  • O investimento direto estrangeiro em serviços aumentou 5,4% na comparação anual

Para acessar a metodologia e as séries históricas em excel, acesse: https://economiadeservicos.com/boletim 

Sem título

Boletim de Serviços – Abril de 2016

O Boletim de Serviços de abril de 2016 está no ar, clique aqui para acessá-lo. Alguns dos destaques:

  • O índice de receita nominal do setor de serviços manteve-se estável na comparação anual, enquanto o índice de volume teve variação negativa superior a 5,1% no mesmo período
  • A eliminação de vagas no setor de serviços em fevereiro de 2016 foi 43 vezes o valor registrado no mesmo mês do ano anterior
  • A inflação anual de serviços desacelerou para 11,91%
  • O aumento das exportações de serviços e a redução das importações levaram à redução do déficit da balança comercial do setor em dezembro

Abr16

 

Para acessar versões antigas e a série histórica em excel, clique aqui.

Um (preocupante) panorama do setor de serviços em 2015

Assim como o restante da economia, o setor de serviços foi fortemente afetado pelo momento de turbulência pelo qual o país passou e ainda passa. Em 2015, o setor apresentou contração de 2,7%, retração superada apenas pela indústria, que teve crescimento negativo de 6,2% (ver Gráfico 1). Esse é o pior resultado para o setor de serviços em toda série histórica, iniciada em 1996.

Gráfico 1 – Variação anual do PIB pelo lado da oferta

PIB1

Fonte: Contas Nacionais Trimestrais (IBGE, 2016).

O que mais chama atenção nesse resultado é que ele é fruto de uma contração generalizada do setor. Como mostrado no gráfico 2, apenas dois segmentos de serviços apresentaram crescimento positivo no ano passado: intermediação financeira e seguros e atividades imobiliárias. Chama especial atenção o tamanho da queda do comércio e da atividade de transporte, armazenagem e correio, ambas atividades com enorme importância para cadeias produtivas e, portanto, para o restante da economia.

Gráfico 2 – Variação anual dos segmentos de serviços

PIB2

Fonte: Contas Nacionais Trimestrais (IBGE, 2016).

Os resultados negativos também tiveram reflexos no mercado de trabalho. Nos últimos anos, os serviços sempre contribuíam com um saldo líquido positivo de empregos. Em 2014, o setor foi o único a apresentar saldo positivo. Em 2015, porém, as atividades de serviços foram as que mais demitiram, terminando o ano com saldo líquido de -1,1 milhão de demissões (ver Gráfico 3).

Gráfico 3 – Saldo líquido de empregos, por setor – 2014 e 2015

CAGED

Fonte: CAGED (Ministério do Trabalho, 2016).

Conforme destacado no último Boletim de Serviços, serviços voltados para o consumidor final e para empresas, seja pela classificação de valor ou de custo, demitiram mais do que contrataram em 2015, o que confirma que a situação do emprego piorou  de maneira generalizada no setor (ver Gráfico 4).

Gráfico 4 – Saldo líquido de empregos, por tipo de serviço – 2014 e 2015

CAGED2

Fonte: Machado, Arbache e Moreira, 2016 (Boletim de Serviços).

Nem mesmo o cenário mais favorável para o comércio exterior, com a forte desvalorização do real e o esfriamento da demanda interna, foi suficiente para reverter o déficit na balança comercial de serviços. Enquanto a balança de bens fechou 2015 com um superávit de US$ 17,7 bilhões, a balança de serviços apresentou déficit de US$ 36,9 bi. Assim como nos outros indicadores, o resultado atingiu todas as categorias de serviços (ver Gráfico 5).

Gráfico 5 – Balança comercial de bens e serviços, por bens e tipos de serviços, em US$ milhões (FOB) – 2014 e 2015

BCBS

Fonte: Machado, Arbache e Moreira, 2016 (Boletim de Serviços).

Por fim, vemos que a inflação de serviços foi consideravelmente superior ao índice geral, quando utilizada a metodologia de classificação do Boletim de Serviços[1]. Os serviços tradicionais, puxados principalmente pelas tarifas de transporte público e de luz, registraram inflação de 14,1% em 2015. Destaca-se a deflação dos serviços modernos, que registraram deflação de 3,8%.

Gráfico 6 – Inflação de bens e serviços (IPCA) – 2014 e 2015

IPCA

Fonte: Machado, Arbache e Moreira, 2016 (Boletim de Serviços).

O quadro geral do setor de serviços foi, portanto, bastante negativo em 2015. O setor, que era uma espécie de “âncora” do emprego, passou a demitir mais do que contratar. Ademais, os serviços responderam por parte importante do aumento de preços. Por fim, o tamanho e a constância do déficit da balança de serviços reforça a percepção da baixa competitividade internacional dos nossos serviços.

Tendo em vista o tamanho do setor de serviços e sua influência sobre indicadores chave da economia, parece-nos razoável sugerir que o setor de serviços deveria ser alçado ao centro do debate sobre a recuperação econômica e aumento da competitividade.

 

[1] O índice de inflação de serviços calculado pelo Banco Central só leva em conta consertos e manutenção, pintura de veículo, serviços de saúde, serviços pessoais e cursos. A metodologia de Machado, Arbache e Moreira é mais abrangente, incluindo itens como alimentação fora do domicílio, serviços de transporte, comunicação etc.

Boletim de Serviços – Março de 2016

O Boletim de Serviços de março de 2016 está no ar, clique aqui para acessá-lo. Alguns dos destaques:

  • O índice de receita nominal do setor de serviços teve redução de 0,36% na comparação anual. Já o índice de volume teve variação negativa superior a 5% na comparação anual
  • A tendência de eliminação de vagas no setor de serviços continua em 2016: em janeiro mais de 88,6 mil postos foram encerrados
  • A inflação anual de serviços ficou abaixo dos 13% em janeiro
  • A balança comercial de serviços registrou um déficit 50% menor do que o registrado no mesmo mês do ano anterior.

Volume

Para maiores detalhes, acesse o último número do Boletim de Serviços e consulte as séries históricas no endereço https://economiadeservicos.com/boletim/.

Boletim de Serviços – Fevereiro de 2016

Destaques do mês:

  • O índice de receita nominal do setor de serviços teve redução de 2,1% na comparação mensal e de 0,8% na anual. Já o índice de volume teve variação negativa superior a 6% na comparação anual
  • A eliminação de vagas no setor de serviços ultrapassou a um milhão em 2015
  • A inflação anual de serviços ficou acima dos 13% em 2015
  • O aumento das exportações de serviços e a redução das importações levaram à redução do déficit da balança comercial do setor em dezembro
  • O investimento direto estrangeiro nos serviços aumentou 50% na comparação anual

Para maiores detalhes, acesse o último número do Boletim de Serviços e consulte as séries históricas no endereço https://economiadeservicos.com/boletim/.

O Problema da Inflação de Serviços

Um dos maiores desafios atuais do Brasil é a inflação. Após anos em que ficou relativamente contida para os nossos próprios padrões, a inflação ganhou força no último ano e o IPCA fechou com nada menos que 10,67%, o maior patamar em 13 anos. A aceleração recente da inflação está associada a fatores diversos, incluindo a alta da taxa de câmbio e a recomposição de preços administrados.

Mas um olhar mais cuidadoso para os índices de preços dá motivos para mais preocupação. Isto porque a inflação de serviços tem aumentado sistematicamente mais que a inflação geral nos últimos 13 anos, como mostra a figura abaixo. Em 2015, a inflação dos componentes de serviços no IPCA subiu 30% a mais que o IPCA geral.

O problema é que os serviços respondem por 64% da cesta de consumo das famílias e são insumos fundamentais de produção, com 17% do valor bruto da produção da indústria e por nada menos que 62% do valor adicionado do setor. Logo, a inflação de serviços tem efeitos sistêmicos e contamina toda a economia.

Por que a inflação de serviços é tão elevada? Indexação e situações pontuais, como o expressivo aumento das tarifas de energia em 2015, ajudam a explicar. Mas o que explica mesmo a tendência recorrente de taxa de inflação de serviços mais elevada são a baixíssima produtividade e a baixa competição em muitos dos seus segmentos.

Como temos discutido neste blog, a produtividade do trabalho do setor de serviços é muito baixa e está estagnada. De fato, a produtividade corresponde a 66% da produtividade da manufatura e a apenas 11% da produtividade da mineração. Comparação internacional mostra que um trabalhador brasileiro de serviços produz apenas 19% do que o seu correspondente norte-americano produz. A Baumol cost disease ajuda a explicar o fenômeno.

Já a elevada concentração inibe a competição, a inovação e a eficiência. Parte importante da concentração no país é explicada por marcos regulatórios que dificultam a entrada de novos competidores e até mesmo a competição interna. Serviços financeiros, serviços de telecomunicações, transporte aéreo de passageiros, transporte de cargas e encomendas expressas, que são insumos para a produção e para os negócios, estão dentre os segmentos mais concentrados e regulados.

Sem que a produtividade e a competição aumentem, dificilmente teremos taxas mais modestas de inflação de serviços no longo prazo, o que seguirá tendo impactos diretos e indiretos negativos no bem-estar das famílias, no ambiente de negócios e na competitividade da economia brasileira.

O desenvolvimento de uma política para os serviços que remova os estraves à produtividade e à competição e que incentive o investimento e a modernização do setor seria uma importante luz no fim do túnel.

Figura: Taxa de inflação – número índice 2000=100

Inflacao de serviços

Fonte: IBGE.

Boletim de Serviços – Janeiro de 2016

Em novembro de 2015, o setor de serviços intensifica os resultados negativos registrados ao longo do ano. Por padrão tecnológico, nota-se que os serviços tradicionais possuem desempenho ainda mais preocupante: a retração do volume de atividade alcançou 7,5% (na comparação anual), acompanhada de uma redução acumulada de cerca de 550 mil postos de trabalho no período de janeiro a novembro de 2015.

Evolução dos indicadores de serviços, por padrão tecnológico

Serviços por padrão tecnológico

Fonte: PMS/IBGE, CAGED/MTE e Bacen. Elaboração própria.

Para maiores detalhes, acesse o último número do Boletim de Serviços e consulte as séries históricas no endereço https://economiadeservicos.com/boletim/.

A constante queda de atividade no setor de serviços

Com a divulgação dos últimos resultados das Contas Nacionais, vimos que, como esperado pelo blog, a situação dos serviços segue deteriorando. No terceiro trimestre de 2015, os serviços registraram queda de atividade de 1% frente ao trimestre anterior (ver Gráfico 1). Com a exceção de serviços públicos e de intermediação financeira, todos os segmentos de serviços apresentaram queda frente ao trimestre anterior (ver Gráfico 2).

No ano, o setor já acumula um crescimento negativo de 2,1%, e as projeções do mercado apontam que 2015 deverá apresentar o pior resultado do setor em décadas. Para se ter uma melhor dimensão do que está acontecendo com o setor: o volume de serviços produzidos no terceiro trimestre de 2015 se equivale ao do terceiro trimestre de 2012. Ou seja, o nível de produção de serviços “recuou” três anos. Pela primeira vez na série histórica, iniciada em 1996, o setor apresentou três trimestres consecutivos de contração.

Por sua forte ligação com o mercado interno, é provável que a situação dos serviços só melhore quando a atual crise macroeconômica e política for superada. Com o aumento do desemprego e queda real da renda da população, dificilmente o setor, voltado principalmente para o consumo final, se recuperará.

Ainda que as dificuldades de curto prazo sejam superadas, o setor de serviços deverá seguir uma trajetória de crescimento baixo e inconstante, devido a seus problemas estruturais. O principal deles, a baixa competitividade, tem diversas causas e é de difícil e lenta superação.

Com os avanços da tecnologia e maior integração econômica, os serviços estão cada vez mais comercializáveis entre países. Não à toa, acordos como o TTP (Tratado Trans-Pacífico) já colocam o setor como prioritário para o comércio e para a sustentação do crescimento dos países desenvolvidos.

Como consequência, teremos cada vez mais prestadores de serviços de outros países concorrendo internamente no Brasil. Serviços como consultoria, engenharia, design, marketing, serviços financeiros e os de tecnologia da informação, por exemplo, são aqueles em que a concorrência deverá aumentar fortemente nas próximas décadas.

Neste quadro, tornar os serviços, setor que concentra mais de 70% da economia nacional, mais competitivos torna-se uma questão de sobrevivência no século XXI. É preciso agir rápido e de maneira efetiva, sob o risco de ser tarde demais.

Gráfico 1

Gráfico 2

 

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