Economia de Serviços

um espaço para debate

Tag: Conjuntura (page 4 of 5)

Boletim de Serviços – Dezembro de 2015

Em outubro, o setor de serviços seguiu impulsionando o desemprego no país, com uma redução de 105 mil postos de trabalho. A análise por tipo de atividade revela que a eliminação de vagas se concentrou nos serviços tradicionais e nos serviços para empresas. A forte contração das atividades empresariais é importante explicação da contração do setor de serviços, e consequente redução da oferta de emprego.

Para maiores detalhes, acesse o último número do Boletim de Serviços e consulte as séries históricas no endereço https://economiadeservicos.com/boletim/.

emprego

A Crise e os Serviços

O atual momento difícil da economia tem afetado de maneira especialmente forte o setor de serviços, responsável por cerca de 70% do PIB brasileiro. Se até recentemente o setor puxava a economia, principalmente com a criação de vagas no mercado formal, hoje ele parece ser um dos principais entraves para a sua recuperação.

As notícias negativas sobre o desempenho dos serviços não param de se acumular. Os últimos dados do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) mostram que o setor foi responsável por um saldo líquido de quase 50 mil demissões em outubro, pior resultado do setor para o mês desde 1992. No mês, todos os segmentos de serviços apresentaram mais demissões que contratações.

O último Boletim de Serviços mostra que os resultados negativos de serviços não se restringem ao mercado de trabalho. Pelo menos desde maio de 2015, o setor apresenta queda de receita real em todos os tipos de serviços, sejam eles voltados para o consumidor final ou para empresas, sejam eles modernos ou tradicionais.

Além da falta de perspectivas de recuperação do mercado interno no curto e médio prazos e da baixa competitividade dos serviços brasileiros, o Índice de Confiança de Serviços, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), segue em seus menores níveis históricos (ver gráfico abaixo). O indicador aponta que o setor deve contratar e faturar ainda menos nos próximos meses.

Dado o seu tamanho, importância direta e indireta para a economia brasileira e as transformações por que passa a economia global, é preciso tratar o setor de serviços como chave não apenas para a saída da crise, mas, principalmente, para o desenvolvimento sustentado.

Reconhecer essa importância e passar a pensar os serviços como atividade estratégica não será suficiente, mas já será um passo importante.

Fonte: FGV/IBRE.

Fonte: FGV/IBRE.

O papel estratégico do setor de serviços para o desenvolvimento e as políticas públicas

O setor terciário teve significativo crescimento nos últimos anos e, mesmo com a desaceleração recente, deve continuar como setor fundamental na dinâmica da economia brasileira. O desenvolvimento econômico e social recente na sociedade brasileira[1] tem sido importante para a evolução do comércio e dos serviços e deve sustentar, nos próximos anos, continuação da trajetória de aumento das vendas, expansão do mercado consumidor e diversificação dos negócios. A interação dos serviços com a indústria é importante no desenvolvimento produtivo das economias e deve estar na pauta da formulação de políticas públicas.

Existe reconhecimento da importância dos serviços na evolução recente da economia mundial[2]. Os serviços são a principal fonte de geração de empregos no mundo e o destino de parcela cada vez maior dos investimentos diretos estrangeiros greenfield. As indústrias de maior intensidade tecnológica têm maior intensidade de serviços empresariais. A indústria de transformação está-se combinando com os serviços em relação cada vez mais sinergética e simbiótica, o que impulsionará a produtividade e competitividade do setor industrial. Serviços avançados nas áreas de telecomunicações, serviços de internet, big data, internet of things, cloud computing e desenho de sistemas de computadores, por exemplo, estão na mira dos investimentos em P&D da indústria. A agregação de valor e a diferenciação e customização de produtos, elos centrais nas cadeias globais de valor, estão associados a serviços como P&D, design, projetos de engenharia e arquitetura, consultorias, softwares, serviços técnicos especializados, serviços sofisticados de TI, branding, marketing e comercialização, entre outros.

A relevância dos serviços na economia brasileira é decisiva para o desenvolvimento como um todo. A representatividade do setor terciário, de 2003 a 2015 (pelo acumulado em quatro trimestres até o 2º trimestre de 2015), passou de 65,8% para 71,7% do valor adicionado do PIB a preços correntes[3], segundo dados das Contas Nacionais Trimestrais do IBGE. Os serviços representaram 73,4% do emprego formal em 2014, de acordo com dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do MTE, sendo que apenas comércio e serviços privados (excluindo a administração pública) constituíram 54,6% do emprego formal total da economia brasileira neste ano.

Os setores de comércio e serviços são muito significativos para o tecido empresarial e produtivo brasileiro. De acordo com o Cadastro Central de Empresas (Cempre) do IBGE, em 2013, o setor terciário representou 84,7% das empresas e 74,6% do pessoal ocupado total, enquanto comércio e serviços tipicamente privados ou empresariais[4] corresponderam a 70,4% das empresas e 47,3% do pessoal ocupado total. A massa de salários e outras remunerações paga pelo setor terciário representou 72,1% em 2013, sendo que dessa massa salarial quase a metade adveio de comércio e serviços empresariais.

A heterogeneidade estrutural dos serviços constitui desafio para a formulação de políticas. O salário médio mensal dos serviços foi de 3,1 salários mínimos em 2013 (frente a 3,4 em 2007), mas existe grande variação salarial entre os setores de atividade, as seções CNAE, pelos dados do Cempre. Nota-se que setores como comércio representam 64,5% do salário médio total, ao passo que atividades profissionais, científicas e técnicas (129,0%) e informação e comunicação (174,2%) mostram salários mais elevados, acima mesmo da indústria de transformação (106,4%). Os serviços no Brasil são os maiores empregadores, mas apresentam produtividade mais baixa em relação a outros setores[5] e muita heterogeneidade. A produtividade de serviços voltados às famílias (R$28.736 por pessoa ocupada a preços correntes), por exemplo, é mais de cinco vezes superior à dos serviços de informação e comunicação (R$151.558), conforme os dados da Pesquisa Anual de Serviços, do IBGE.

A importância dos serviços, da diversificação produtiva e da interação desse setor em especial com a indústria não pode ser negligenciada e tem sido alvo de políticas públicas. Será fundamental para o desenvolvimento nacional a cooperação público-privada para acabar com gargalos e entraves ao funcionamento do comércio e dos serviços, buscando a melhoria da competitividade e da produtividade na economia como um todo.

Desse modo, evidencia-se a necessidade de fortalecer serviços relacionados a agregação de valor, maior produtividade e diferenciação de marcas e produtos, bem como intensificar a formação de novas competências para a prestação de serviços, em especial na interação com a indústria. O desenvolvimento de competências para aumentar a absorção tecnológica e a produtividade no setor de serviços torna-se essencial, em conjunto com a utilização de diversos mecanismos existentes, além do aprimoramento do ambiente institucional, visando ao atendimento de demanda interna, à consolidação e internacionalização de marcas brasileiras e ao aumento dos investimentos do setor de serviços.

Nesse sentido, têm sido realizadas discussões para subsidiar a formulação de políticas públicas no setor terciário. A Agenda de Competitividade do Varejo, que vem sendo construída em conjunto com representantes do setor, marca importante articulação recente para a impulsionar a competitividade nessa atividade, em conjunto com a iniciativa privada. A realização, recentemente, pela SCS/MDIC e a ABDI do seminário “O papel estratégico do setor de serviços para o desenvolvimento da indústria”, em 09/09/2015, trouxe especialistas das áreas acadêmica, governamental e empresarial para apresentarem e debaterem temas fundamentais para políticas de competitividade do setor. Essa discussão se soma à comemoração dos dez anos de criação da Secretaria de Comércio e Serviços do MDIC, o que revela preocupação governamental crescente de promover as capacidades desses setores na economia brasileira.

 

Marcelo MaiaMarcelo Maia é Secretário de Comércio e Serviços do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Nascido em Brasília, é formado em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e tem especialização em Direito Econômico, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), MBA em Finanças, pelo IBMEC e tem certificado em Finanças e Administração pela University of California at Berkeley, nos Estados Unidos. Maia acumula experiência em gestão de grandes negócios, contabilidade, controladoria, relacionamento com fornecedores; marketing, logística e outras áreas.


Referências
 

ACATECH. National Academy of Science and Engineering. Securing the Future of German Manufacturing Industry: Recommendations for implementing the strategic initiative INDUSTRIE 4.0. Berlin: ACATECH, 2013. 

CNI. Confederação Nacional da Indústria. Serviços e Competividade Industrial no Brasil. CNI, 2014.

OECD. Organisation for Economic Co-operation and Development. OECD Perspectives on Global Development 2014: Boosting Productivity to Avoid the Middle Income Trap. Paris: OECD, 2014.

UNCTAD. United Nations Conference on Trade and Development. World Investment Report 2013 – Global Value Chains: Investment and Trade for Development. Geneva: UNCTAD, 2013.

 

[1] O mercado de consumo nacional e o crescimento da renda foram importantes para o comércio e os serviços em geral e devem continuar sendo significativos para a expansão do setor. O rendimento médio real do brasileiro em setembro de 2015, embora tenha caído 4,3% frente a setembro do ano passado, é 29,8% maior do que igual mês de 2003, conforme o IBGE. Em conjunto com a redução na desigualdade de renda, o crescimento do mercado de consumo foi evidenciado pela expansão da classe média no País, em que 53% da população (104 milhões de pessoas, do total de 200 milhões) já pertencia à classe média em 2012, frente a 38% em 2002, segundo a SAE/PR.

[2] Ver estudos como UNCTAD (2013), OECD (2014), ACATECH (2013) e, em especial, CNI (2014), este último preparado por Jorge Arbache.

[3] No setor terciário encontram-se atividades privadas e da administração pública. As atividades públicas somam 16,8% em 2015, não mostrando expansão muito significativa frente aos 16,3% de 2003.

[4] Considerando as seções CNAE: G Comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas; H Transporte, armazenagem e correio; I Alojamento e alimentação; J Informação e comunicação; K Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados; L Atividades imobiliárias; M Atividades profissionais, científicas e técnicas; e N Atividades administrativas e serviços complementares.

[5] Ver, por exemplo, CNI (2014).

Boletim de Serviços – Novembro de 2015

Em novembro,   as séries foram revisadas com o intuito de incorporar mudanças recentes nos dados utilizados como fonte para o cálculo dos indicadores. Apesar das alterações, as séries apresentam valores próximos aos calculados anteriormente. Além disso, o Boletim de Serviços de Novembro apresenta novos indicadores calculados com base no Índice de Volume, divulgado recentemente pela Pesquisa Mensal de Serviços (PMS/IBGE).

Volume

Para maiores detalhes, acesse o último número do Boletim de Serviços e consulte as séries históricas no endereço https://economiadeservicos.com/boletim/.

Índices de serviços e a necessidade de novos dados para o setor

Em divulgação recente, o IBGE passou a publicar índices de volume de produção de serviços. Até então, apenas a série de receita nominal era divulgada mensalmente. Esse novo índice é obtido deflacionando-se as séries de índice de receita nominal. Conforme apontado pela nota metodológica do Instituto, para cada grupo de atividade e para cada estado, foram utilizados índices de preços específicos construídos a partir do IPCA. A nota metodológica esclarece, ainda, que para as atividades não abrangidas pelo índice, utilizou-se o IPCA serviços.

Com base nessa metodologia, cabe uma advertência sobre o uso do IPCA para deflacionamento de dados de serviços: o índice em si não captura adequadamente a inflação observada para os serviços consumidos pelas empresas, uma vez que é fundamentalmente construído para avaliar o nível de preços para o consumidor final. Assim, é provável que os preços dos serviços utilizados como intermediários na produção tenham um comportamento distinto daqueles de consumo final, seja pela existência de contratos, capacidade de negociação das empresas ou por outras particularidades dos serviços empresariais.

Desse modo, o IPCA não seria o melhor índice para deflacionamento de categorias que abrangem em grande medida serviços consumidos pelas empresas como, por exemplo, serviços técnicos-profissionais. É claro que nesse ponto cabe destacar que, no momento, inexistem índices de preços que captem a evolução dos preços dos serviços usados como insumo na produção, o que justifica o uso do IPCA.

Não obstante as fragilidades, o novo indicador é fonte de informações relevante para se entender a trajetória do setor, uma vez que a aceleração do nível de preços dos serviços pode afetar as conclusões sobre o seu desempenho econômico. Desse modo, os índices de volume contribuiriam para descrever o comportamento real do setor nos últimos anos.

Nesse sentido, os gráficos abaixo mostram que a inflação, de fato, superestima o desempenho do setor de serviços, uma vez que o índice de receita nominal se distancia do de volume devido à aceleração do IPCA. Complementarmente, é natural que se observe que a receita do setor apresente variações positivas (ainda que cada vez menores), enquanto em termos reais o setor contrai (o que é indicado pela variação negativa do índice de volume acumulada em 12 meses).

Por fim, é importante notar que a melhoria dos dados sobre o setor de serviços tem o potencial de enriquecer o debate. Tal como exposto, é conveniente que se avalie a inflação pertinente aos serviços-insumos, uma vez que esta afeta diretamente a competitividade e a capacidade produtiva da economia. Sob essa ótica, um índice de preços de serviços intermediários traria melhorias importantes para o tratamento de estatísticas sobre o setor.

indice volume

Fonte: PMS/IBGE. Elaboração própria.

Serviços, Investimento Direto Estrangeiro e Abertura Econômica

Como mostrado anteriormente no blog, o setor de serviços já é o maior receptor de investimento direto estrangeiro (IDE), tendo respondido por 59% do total em 2014. Em 2015, essa participação segue alta, tendo alcançado 56% entre janeiro e agosto.

Os gráficos abaixo, retirados do Boletim de Serviços de outubro, mostram que há uma concentração dos ingressos de IDE em serviços de custo, modernos, profissionais e voltados principalmente para empresas. Destacam-se, sobretudo, os investimentos nos segmentos de telecomunicação (US$ 4,3 bi. de janeiro a agosto de 2015), comércio (US$ 3,5 bi.), atividades imobiliárias (US$ 1,2 bi.), e saúde (US$ 1,1 bi.).

Este último é especialmente emblemático pelo seu crescimento de 2014 para 2015, quando os ingressos passaram de US$ 16 milhões para mais de US$ 1 bi. até agosto. Esse resultado se deve à mudança da legislação ocorrida com a aprovação da Lei 13.097/2015 que, entre outros assuntos, permitiu a participação direta e indireta de capital estrangeiro em empresas do setor de serviços à saúde.

Com o avanço das negociações de acordos multilaterais como o Tratado Trans-Pacífico e o aumento da importância dos serviços, tanto direta, quanto indiretamente, para o comércio internacional, é provável que haja maior pressão para a abertura dos mercados do setor. Com isso, serviços deverão continuar sendo uma importante fonte de IDE e o que ocorreu com o segmento de saúde poderá se repetir em outros setores atualmente protegidos.

Uma maior abertura poderá, em princípio, trazer benefícios para o setor e para os consumidores, sejam eles famílias ou empresas, que poderão ter acesso a uma maior e melhor oferta de serviços. No entanto, há que se considerar que a abertura de mercado deve ser acompanhada de marcos regulatórios que, ao mesmo tempo, fomentem a competição e também a qualidade dos serviços ofertados, a segurança da oferta, investimentos e respeito às leis do país.

Nesse cenário, torna-se ainda mais importante trabalhar para o aumento da competitividade das empresas prestadoras de serviços brasileiras.

 

Os Serviços nas Contas Externas de 2015

O déficit da balança serviços se tornou a principal causa do déficit em transações correntes. Em 2014, o déficit de serviços foi de US$ 48 bilhões, valor correspondente a nada menos que 46,5% do déficit total das contas externas.

No período de janeiro a agosto de 2015, o déficit de serviços foi de US$ 26,4 bilhões, bem menor que os US$ 30,7 bilhões acumulados em igual período do ano passado. No entanto, o déficit de 2015 corresponde a 57,2% do déficit em transações correntes ante 47,1% no mesmo período de 2015 (ver figura abaixo).

Logo, apesar de menor em valor absoluto, a contribuição relativa do déficit dos serviços para o déficit total em transações correntes aumentou significativamente neste ano.

A explicação para tanto é que o ajuste nas contas de serviços tem se mostrado relativamente mais insensível à crise do que o ajuste nas contas de comércio de bens.

De fato, alguns dos principais itens que compõem o déficit de serviços mudaram relativamente pouco ou nada até o momento. As despesas com alugueis de equipamentos (basicamente sondas, plataformas e outros equipamentos para o setor de óleo e gás), principal item do déficit do setor, se mantiveram quase imutáveis. Uma possível explicação disso seria a natureza dos contratos de aluguel, que provavelmente são de médio/longo prazo.

Despesas com viagens, outro item importante para o déficit, também caíram, sobretudo o item de viagens de negócios – as despesas com viagens pessoais caíram menos do que se poderia esperar em razão da crise econômica. Por outro lado, despesas com transportes e seguros caíram significativamente, o que, provavelmente, está associado à queda do movimento do comércio internacional.

O Boletim de Serviços de outubro mostra que, até agora, os maiores ajustes nas contas externas do setor se deram nos serviços de custo e nos serviços tradicionais para empresas. Serviços de agregação de valor, como pagamentos de royalties, e serviços modernos estão se ajustando mais lentamente.

Projeções sugerem que o déficit de serviços de 2015 será entre US$ 39,9 e US$ 41,8 bilhões. Em 2016, o ajuste no setor deverá se acentuar em razão da queda acumulada da renda per capita. É provável, por isto, que o setor de serviços venha a contribuir mais decisivamente para o ajuste nas contas externas.

Serviços nas contas externas

Déficit de serviços nas transacoes correntes

Fonte: Banco Central

Obs.: Déficit de serviços em 2015 – projeção nossa

Boletim de Serviços – Outubro de 2015

Os indicadores econômicos de agosto confirmaram a tendência de desaquecimento do setor de serviços. Os serviços de maior valor agregado e os que desempenham função importante no consumo intermediário das empresas apresentaram especial desaceleração da receita nominal e do investimento direto estrangeiro. O déficit comercial de serviços segue diminuindo e a inflação de serviços continua avançando mais que o índice geral de preços (ver gráfico abaixo).

inflação

Fonte: IBGE e Bacen. Elaboração própria.

Para maiores detalhes, acesse o último número do Boletim de Serviços e as séries históricas atualizadas.

Lançamento do Boletim de Serviços

Prezado(a)s,

Temos a satisfação de anunciar o lançamento do Boletim de Serviços, de periodicidade mensal. Inicialmente, acompanharemos indicadores do setor de serviços nas áreas de produção, emprego, preços, comércio internacional e investimento direto estrangeiro.

Uma inovação trazida pelo Boletim é a produção e divulgação dos indicadores acima de acordo com diferentes classificações de serviços. Além da classificação convencional de serviços modernos e tradicionais, os indicadores também foram recalculados de acordo com o destino (consumo final e insumos para empresas), função (serviços de custos e serviços de agregação de valor e diferenciação de produtos) e de acordo com a classificação da OCDE (serviços comerciais profissionais e serviços tradicionais).

O Boletim, a série histórica dos dados em excel e a Nota Técnica sobre as classificações utilizadas estão disponíveis na página: https://economiadeservicos.com/boletim

Comentários e sugestões ao Boletim são muito bem-vindos.

Esperamos que o Boletim lhe seja útil e aproveitamos para convidá-lo(a) a seguir o nosso Blog.

Abraço da Equipe do Blog Economia de Serviços

Sem título

Investimento Estrangeiro Direto em Serviços

A crescente importância do setor de serviços também pode ser notada a partir de dados do Banco Central sobre o investimento estrangeiro direto (IED), apresentados no gráfico seguinte. A série histórica sugere que, a partir de 2010, o setor de serviços desponta como o mais atrativo para os ingressos de investimento no país, alcançado participação de 43,8% no IED total.

Investimento Estrangeiro Direto por Setor (em U$S milhões)

Ggráfico 1Fonte: Banco Central. Elaboração própria.

Os gráficos abaixo permitem analisar a distribuição do IED em serviços, a partir da organização dos dados por tipo de atividades, conforme classificações* descrita ao final do post. Com isso, é possível notar que os recursos são destinados, em geral, a serviços prestados a empresas (de acordo com a classificação por destino), com destaque para o aumento do investimento nos chamados Professional Business Services (conforme classificação proposta pela OCDE). Tal resultado reflete o aumento da demanda das empresas por serviços, tornando atividades profissionais utilizadas como insumo para a produção mais atrativas para o investimento estrangeiro.

Por outro lado, chama atenção o fato de que o investimento em serviços de valor (conforme classificação por função) e serviços modernos (pela classificação por padrão tecnológico) tiveram o maior crescimento no período de 2010 a 2014, dentre as possíveis categorizações. Assim, embora o IED seja alocado, em média, em maior volume em atividades tradicionais e de custo, há indícios de que os serviços que geram maior valor agregado e com maior grau tecnológico estejam despontando como setores de grande potencial no futuro.

Considerando os dados do IED para o período de janeiro a julho de 2015, apura-se uma queda substancial do montante investido em serviços em relação ao mesmo período do ano anterior (variação negativa de 23%). Dada a relevância do setor para a economia, a queda no investimento pode criar barreiras ainda maiores para a retomada do crescimento.

Distribuição do IED em Serviços (em U$S milhões)

Gráfico 2Fonte: Banco Central. Elaboração própria.

* As classificações dos serviços são descritas na tabela a seguir:

Classificação Descrição
Por destino (classificação usual)   i.   Serviços de consumo final: incluem serviços consumidos pelas famílias

ii.   Serviços para as empresas: abrange serviços utilizados no processo produtivo

Por padrão tecnológico (Eichengreen e Gupta, 2013) iii.   Serviços modernos: intermediação financeira e seguros; serviços de informação; serviços prestados às empresas; serviços imobiliários e aluguel

iv.   Serviços tradicionais: comércio; transporte, armazenagem e correio; administração pública, saúde e educação pública; outros serviços

Por função (Arbache, 2014)  v.   Serviços de custo: infraestrutura, logística, transportes, armazenagem, reparos e manutenção, serviços de terceirização, viagens, acomodação distribuição, etc

vi.   Serviços de agregação de valor: P&D, design, projetos de engenharia, serviços técnicos especializados, serviços sofisticados de TI, softwares customizados, branding, marketing, etc

Pela OCDE vii.   Professional Business Services: correios e telecomunicações, intermediação financeira, atividades imobiliárias comerciais, aluguel de máquinas e equipamentos, TI e atividades correlatas, P&D e outras atividades comerciais

viii.   Traditional Services: demais atividades de serviços

Older posts Newer posts