A indústria brasileira passa por grave crise. Queda da competitividade, da participação no PIB, no emprego e por aí vai. Mas análises detalhadas mostram que tem algo de positivo fora do radar acontecendo no setor.
A figura abaixo mostra a decomposição dos serviços demandados pela indústria em 1996 e em 2012. Embora partindo de base pequena, cresceu significativamente a participação dos royalties e assistência técnica no total, o que sugere que a indústria estaria buscando agregar mais valor.
Serviços não industriais providos por terceiros, serviços industriais providos por terceiros e transporte e logística também tiveram crescimento expressivo. Tal crescimento sugere reestruturação do setor em favor da terceirização da produção.
Outro ponto que chama atenção é a queda da participação das despesas financeiras, o que, além do relativo avanço de outros serviços, pode estar associado aos juros reais mais elevados em 1996 com relação ao ano de 2012.
Políticas que facilitem o acesso à aquisição de royalties e assistência técnica, que modernizem os transportes e que facilitem a adoção de novas formas de produção terão, muito provavelmente, impactos positivos na competitividade das empresas e, portanto, na geração de valor e de empregos.
Este debate está associado às legislações na área da terceirização e outras que podem contribuir para colocar a nossa indústria em linha com o que já acontece na economia mundial.
Decomposição dos serviços demandados pela indústria – 1996 e 2012 –
Fonte: cálculos do autor com dados da PIA-IBGE
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