Economia de Serviços

um espaço para debate

Tag: tecnologia da informação e comunicação (page 3 of 4)

Fluxos internacionais de dados e a globalização digital

“Na era digital, a moeda forte de troca é a informação, acessível e universal.”

Em 2001, a Revista Superinteressante publicou o texto “Sociedade da Informação”, de onde a frase acima foi retirada. A publicação preconizava a importância da informação em um contexto em que a Internet dava os primeiros sinais de seu potencial como meio de comunicação. O futuro previsto pelo texto apontava que as empresas de informática, eletrônica e comunicação ditariam “a tônica dos novos tempos”, em que o acesso à rede global de computadores seria cada vez mais importante para a sociedade e a economia.

Quinze anos depois, já é possível afirmar que a rápida expansão da Internet de fato consolidou um novo mercado de dados. Nesse contexto, armazenar, transmitir e garantir a segurança da informação se tornou um fator chave para a economia global.

Conforme apresentado em relatório recente da McKinsey, os fluxos globais contribuíram para o crescimento do PIB mundial em 10% em 2014 – um aumento de U$S 7,8 trilhões. Desse total, U$S 2,8 trilhões referem-se apenas ao fluxo internacional de dados (ou cross-border data flows), representando uma participação superior à do fluxo de bens. O ponto central é que, enquanto os fluxos de bens e serviços levaram centenas de anos para se desenvolverem, a expansão dos fluxos de dados ocorreu principalmente nos últimos 15 anos.

Mais ainda, é possível notar que, ao mesmo tempo em que o fluxo de bens e serviços tradicionais perderam momentum, o fluxo de dados – mensurado pelo uso de cross-border bandwidth – cresceu 45 vezes entre 2005 e 2015 (ver figura abaixo). O estudo prevê, ainda, que o fluxo de dados crescerá mais 9 vezes nos próximos cinco anos, se os fluxos de comércio digital, pesquisas, vídeos, comunicações e tráfego entre empresas seguirem o ritmo de expansão atual.

Figura – Expansão do fluxo de dados
Fluxo de dados

Fonte: Mckinsey.

A nova era digital inaugura uma etapa para o processo de globalização – ou globalização digital -, ditada pelos fluxos de dados que mudaram as formas de transmissão de informação e inovação e estabeleceram novos mecanismos de interação entre pessoas e empresas.  Isto significa que “globalization is becoming more about data and less about stuff” (“a globalização está se tornando um fenômeno mais relacionado a dados e menos relacionado a coisas”, em tradução livre), conforme o título da coluna da Harvard Business Review sobre o tema.

No entanto, a figura acima mostra que o fluxo de dados é menor em países periféricos, indicando que a universalização do acesso à rede e o consequente aproveitamento dos fluxos globais de dados ainda encontra obstáculos ao redor do mundo.

Isso significa que, enquanto os países mais desenvolvidos caminham para a maior integração ao fluxo internacional de dados, países menos desenvolvidos apresentam maior dificuldade em embarcar na nova era digital.  Melhorar o acesso à rede e modernizar políticas regulatórias sobre o tema são apenas os passos iniciais para que esses países tenham a chance de ingressar competitivamente em um mercado cada vez mais digitalizado.

O Brasil é um exemplo contundente de uma economia que, apesar de se encontrar entre as 10 maiores do mundo, ainda apresenta baixo acesso à Internet, o que impacta negativamente a participação do país no fluxo digital.

A sociedade da informação traz uma infinidade de oportunidades em um mundo globalizado e digitalizado. Tais oportunidades abrangem o desenvolvimento de uma gama de atividades associadas a serviços em nuvem, Internet das Coisas, e-commerce, dentre outras potencialidades trazidas pela rede. Saber aproveitá-las é o grande desafio para países que, como o Brasil, estão chegando atrasados à revolução digital.

Conheça as fintechs: as startups que já deveriam estar no seu celular

Silicon Valley is coming.

Com a frase acima, o CEO da JP Morgan Chase Jamie Dimon referia-se às fintechs, novas empresas de tecnologia financeira que estão revolucionando o sistema financeiro. Essas startups exploram a revolução digital para prover serviços financeiros com flexibilidade e com a comodidade de um atendimento que tem como único intermediário o smartphone. A ausência de uma estrutura física de atendimento possibilita o fornecimento de recursos com taxas inferiores aquelas cobradas por intermediários tradicionais.

Essas empresas têm conseguido atrair de forma massiva os jovens, que são seu público-alvo justamente por sua aversão à burocracia das agências e bancos. O resultado desse fenômeno é o assustador crescimento das fintechs: em 2014, os aportes nessas empresas foram superiores a US$ 12 bilhões, o triplo do volume registrado no ano anterior.

Gráfico 1: Investimentos globais em fintechs

investment-in-fintechs

                        Fonte: Accenture, 2015.

As fintechs vão muito além do tradicional mercado bancário, com o fornecimento de recursos em diversas modalidades, como o empréstimo para pequenos negócios (OnDeck), peer-to-peer (Venmo) e crowdfunding (Kickstarter). Entre os destaques brasileiros está o Nubank: criada em 2014, a startup oferece o serviço de cartão de crédito internacional sem anuidade, com todo o controle e relacionamento feito por meio de seu aplicativo. A empresa recebeu mais de US$ 200 milhões em seu quarto aporte e já tem mais de 1,5 milhão de pessoas em lista de espera para receber o cartão.

Ainda não se sabe, todavia, se os serviços prestados pelas fintechs como o Nubank serão complementares ou substitutos aos tradicionais serviços financeiros. No grupo dos mais jovens, que costumam enfrentar questões financeiras menos complexas , o desempenho é expressivo. Iniciativas recentemente anunciadas, como a possível estruturação de um programa de milhas, sinalizam o interesse em ganhar espaço entre clientes de renda mais elevada. Mas ainda não se pode afirmar se a startup conseguirá satisfazer as demandas mais sofisticadas e mais intensivas em recursos também desses clientes. Ao que tudo indica, a própria experiência com os usuários mais jovens poderá gerar insumos suficientes para um avanço mais forte na direção de clientes mais maduros no futuro.

Permanecem em aberto, no Brasil e no mundo, questões importantes sobre como regular e supervisionar essas empresas, que também carregam consigo os riscos inerentes à qualquer atividade financeira. Além disso, mesmo com um mercado ainda em crescimento, algumas startups já iniciaram o caminho inverso, com vendas totais ou em participação para bancos.

A união, todavia, parece mutuamente benéfica, já que implica em aportes robustos e em acesso a informações sobre perfis de clientes para as startups. Do lado dos bancos, crescem as possibilidades de inovação no provimento de serviços prestados por dispositivos móveis. Para os usuários, a própria existência das fintechs em um sistema bancário concentrado como o brasileiro pode trazer benefícios, como uma corrida para prestar serviços mais baratos e de melhor qualidade.

Qual a relação entre o setor de Tecnologia da Informação e Comunicação e o desenvolvimento econômico?

Desenvolvimento econômico e crescimento de longo prazo têm suas origens, usualmente, na inovação e no aumento da produtividade. A caracterização da produtividade e seu aumento contínuo como um fator determinante do desenvolvimento econômico é um fato estilizado da economia: um grande número de estudos mostra que diferenças no crescimento da produtividade são responsáveis não só pela variação na taxa de crescimento dos países ao longo do tempo, mas também pela diferença no nível de desenvolvimento deles.

Neste sentido, o objetivo deste post é avaliar qual a contribuição do setor de TIC para o desenvolvimento econômico dos países. Como este setor é conhecido por sua inovação constante e por fornecer significativos ganhos de produtividade, há de se esperar alguma correlação positiva entre o setor de TIC de um país e seu grau de desenvolvimento econômico. Para avaliar esta correlação quantitativamente, optou-se por calcular o coeficiente de correlação de Pearson utilizando as seguintes variáveis: como medida do setor de TIC, utilizou-se o Networked Readiness Index (NRI); como medida de desenvolvimento econômico, foi utilizado o conceito de densidade industrial.

O coeficiente de correlação de Pearson é uma medida do grau de relação linear entre duas variáveis quantitativas. Calculando-se o coeficiente de correlação entre duas variáveis, podemos avaliar não só se elas estão relacionadas, mas também qual a intensidade desta relação. O coeficiente varia entre -1 e 1. Quanto mais próximo dos extremos, mais correlacionadas as variáveis estão: ou seja, o crescimento de está associado ao crescimento da outra. O sinal indica se a correlação observada é direta ou inversa (se elas crescem no mesmo sentido ou em sentidos opostos).

O Networked Readiness Index (NRI) é um índice desenvolvido pelo Fórum Econômico Mundial para medir o nível de preparo tecnológico das economias. Seu objetivo é avaliar o grau de propensão dos países analisados para explorar as oportunidades oferecidas pelo setor de TIC, possibilitando, com isso, identificar áreas de prioridade para alavancar o desenvolvimento. Por ser considerado o indicador mais abrangente na avaliação das tecnologias da informação e comunicação dos países analisados, ele pode ser considerado um bom indicador de medida do grau de desenvolvimento do setor de TIC de um país. O índice foi abordado de forma mais abrangente em um post anterior.

A densidade industrial é uma medida que reflete a razão entre o valor adicionado da indústria de um país e sua população total. O conceito de densidade industrial busca identificar a capacidade e o interesse de um país em mobilizar seus recursos produtivos para promover o desenvolvimento industrial. O diagrama de espaço indústria, mostrado na Figura 1 abaixo (e explorado em post anterior), descreve a trajetória do desenvolvimento industrial dos países, utilizando um gráfico de três dimensões: densidade industrial, participação da indústria no PIB e participação dos serviços comerciais no PIB. O diagrama é dividido em quatro regiões distintas: R1, R2, R3 e R4.

Figura 1 – Diagrama Espaço Indústria

Diagrama Espaço IndustriaFonte: Arbache (2014).

Em geral, os países iniciam sua trajetória rumo ao desenvolvimento industrial na região R1. Nesta região, a densidade industrial é baixa, a participação da indústria no PIB é pequena e a participação dos serviços no PIB também é baixa. Logo, pode-se concluir que os países em R1 são essencialmente agrários, com grande parte do PIB vindo da agricultura. Com a chegada à região R2, os países alcançam o primeiro estágio de desenvolvimento industrial: indústrias de base, manufaturas de baixo valor adicionado e serviços de custo ganham importância na economia: a participação da manufatura no PIB cresce, mas a dos serviços comerciais é baixa.

O grande salto para o desenvolvimento é observado na transição da Região R2 para R3. Neste estágio, a densidade industrial passa a crescer rapidamente e vem acompanhada do aumento da participação dos serviços comerciais no PIB. A indústria passa a produzir bens mais sofisticados, que começam a requerer serviços profissionais especializados no processo de produção. Em virtude disso, a participação da indústria no PIB tende a diminuir: parte dos serviços da linha montagem industrial, até então executados internamente pela própria indústria, passam a ser terceirizados para empresas de serviços comerciais mais especializadas. É justamente neste ponto que começam a aparecer os serviços de outsourcing.

Finalmente, a região R4 é caracterizada pelo estágio mais avançado do desenvolvimento industrial (o qual poucos países alcançam). Nela, a densidade industrial continua a se expandir, juntamente com a demanda por serviços comerciais. Como consequência, a participação da indústria tende a declinar ainda mais, indicando uma intensa participação do setor de serviços profissionais na indústria, visando à produção de bens cada vez mais sofisticados: bens e serviços passam a se combinar para criar um terceiro produto, que não é um bem industrial tradicional, nem tampouco um serviço convencional. Os exemplos vão desde smartphones e tablets (nos quais os serviços de software compõem a maior parte do valor agregado) até mesmo carros e apartamentos do século XXI (com seus computadores de bordo e softwares de automação residencial).

Se, empiricamente, podemos esperar uma correlação positiva entre densidade industrial e serviços comerciais e profissionais, podemos esperar que esta correlação se manifeste também entre a densidade industrial e o setor de TIC. Este comportamento foi de fato observado avaliando-se os valores dos coeficientes de correlação calculados, apresentados na Tabela 1 abaixo.

Tabela 1 – Coeficiente de Correlação de Pearson para NRI e Densidade Industrial – 2012 a 2014

Coeficientes Correlação NRI-DIFonte: Elaboração própria a partir de dados do Banco Mundial e do Fórum Econômico Mundial.

Como era de se esperar, a correlação calculada é positiva e bastante forte. O resultado indica que os conceitos e indicadores por trás do NRI estão fortemente correlacionados com a densidade industrial dos países. Como o conceito de densidade industrial é uma medida de desenvolvimento econômico, o resultado nos leva a crer que o setor de TIC pode ter papel importante no desenvolvimento econômico dos países. Consequentemente, dar atenção especial ao setor de TIC pode ser um caminho interessante para o desenvolvimento.

O Brasil precisa pensar políticas públicas de desenvolvimento econômico que levem em conta o setor de serviços, que hoje representa 75% do PIB nacional. O tempo de se negociar acordos de comércio pensando em commodities e subsídios agrários ficou para trás: o país precisa pensar em como transformar seu setor de serviços, hoje essencialmente focado em serviços de custo de baixo valor agregado e de baixa produtividade, em um setor de serviços comerciais sofisticados, de alto valor agregado. Para tanto, reformas estruturantes (política, administrativa, tributária) são necessárias para que não só o setor de TIC volte a crescer, mas principalmente para que os setores demandantes de soluções de TIC também voltem a crescer, impulsionando assim a inovação e o desenvolvimento do país.

O mercado de serviços (e de tecnologia) está para peixe

A área de tecnologia é uma das mais aquecidas do mercado e, hoje, praticamente qualquer tipo de empresa ou negócio precisa de soluções deste tipo para conduzir suas atividades, otimizar tarefas e processos e aumentar a produtividade e segurança em todos os níveis.

Toda empresa em breve, deverá ser uma empresa de tecnologia.

Empresas petrolíferas, automotivas e especialmente as do segmento de serviços terão que ser essencialmente “empresas de tecnologia”. Senão, morrerão.

A demanda por softwares, sistemas integrados, automação e customização é crescente entre as companhias de sucesso, que passam a incorporá-los não só na rotina, serviços e comunicação como também em pontos importantes de interação com os clientes, a exemplo dos sistemas de pagamentos realizados online, que precisam ser cada vez mais seguros e práticos.

O ano é para aquisições

Tanto para o dia-a-dia dos atendimentos, produção ou – o mais comum – para um bom backoffice dos trabalhos, soluções em tecnologia são cada vez mais requisitadas e de tempos em tempos as grandes empresas do setor fazem novas aquisições. No entanto, ao passo em que sobe esta demanda, cresce também a competição. E, por isso, tais empresas têm se acostumado não só a adquirir mais recursos, como também a realizar acordos com outras competidoras do ramo para aumentar as fatias de mercado e o alcance de soluções integradas. Esse deve ser um ano em que algumas aquisições devem acontecer, pelo enfraquecimento de algumas economias e empresas com menos capacidade de inovação.

Nesse post, vamos falar um pouco sobre algumas das maiores aquisições entre empresas de tecnologia (em nível global) e mostrar de forma rápida o que pode acontecer de forma mais intensificada nesse ano. Veja a seguir algumas das maiores “saídas” (vendas) em empresas de tecnologia do mundo:

Dell e EMC

Cloud computing é uma realidade já bastante ampla nas empresas. A EMC, famosa por atuar neste mercado, tornou-se dona da VMware (virtualização de servidores) e, por nada menos que US$67 bilhões de dólares, foi adquirida pela Dell em 2015, uma das maiores fabricantes de computadores e implementadoras de hardware do mercado de tecnologia no mundo.

Avago Technologies e Broadcom

Se este nome ainda não lhe era conhecido, eis aqui o que ela faz: Avago fabrica semicondutores para veículos e aparelhos celulares, por exemplo. A Broadcom, por sua vez, produz chips para Wi-fi e Bluetooth. Ambas se juntaram para dominar ainda mais o mercado de dispositivos sem fios, que “surfam” a boa onda da mobilidade, do B.Y.O.D. e da nuvem, prometendo só crescer nos próximos anos. Em 2015, a Avago adquiriu a Broadcom por U$37 bilhões.

Facebook e Whatsapp

Algo em torno de 20 bilhões de dólares. Foi o preço que o gigante das redes sociais (o Facebook) pagou pelo Whatsapp, atualmente o maior sistema de troca de mensagens instantâneas do mundo. O Facebook, que já tinha ousado comprar o Instagram, desta vez deu um pulo mais alto e espera, com isso, (quem sabe?!) adquirir talentos ou patentes, mas fato é que a companhia de Zuckerberg tem corrido bastante atrás do objetivo de tornar a internet e a comunicação possível para todos.

Symantec e Veritas

Segurança da informação é um assunto sério. A Symantec (detentora do antivírus Norton, por exemplo) e a Veritas, referências neste mercado, se juntaram (ou melhor, a Veritas foi comprada) para oferecer soluções ainda mais integradas a seus clientes. Mas, neste caso, o negócio falhou e as duas voltaram a trabalhar separadamente. Prova de que tentativas são importantes, mas muitas vezes são apenas tentativas. E não há nada de mal nisso: o mercado de TI exige ousadia. A Symantec comprou a Veritas por US$13,5 bilhões em 2004.

Oracle e PeopleSoft

Às vezes mudanças causam dores. Mas, problemas com quadro de pessoal à parte, esta foi outra aquisição de destaque nos últimos tempos: a Oracle, gigante no setor (inclusive de in-memory database) adquiriu a PeopleSoft por mais de US$ 11 bilhões e passou a engrossar ainda mais o rol de soluções que oferecia para suas empresas clientes administrarem o fluxo de informações referente a seus ativos, recursos humanos e clientes, contribuindo para o sucesso de tais.

Embora haja ainda muitas outras aquisições que poderíamos citar, os exemplos acima nos mostram, ao fim, que toda empresa que queira se manter competitiva e qualificada, em um mercado tão dinâmico e veloz, deve constantemente se adequar às necessidades de seus clientes.

Não parece haver uma “feira” de aquisições por conta do momento econômico, mas este provavelmente será um ano de oportunidades, especialmente em serviços e tecnologia.

O mercado de e-commerce no Brasil e no mundo: tendências e entraves

O comércio eletrônico global vem apresentando resultados impressionantes nos últimos anos. Em 2015, o setor movimentou quase US$ 1 trilhão, com previsão de expansão para US$ 1,5 trilhão até 2018. O Brasil é um dos maiores mercados globais, o qual deverá ter faturamento de R$ 56,8 bilhões em 2016, um aumento de 18% em relação ao ano anterior. Apesar de a maior parte das transações ainda ser feita a partir de desktops, já se sabe que os smartphones serão os grandes motores do crescimento do e-commerce. Hoje, metade das buscas por produtos ocorre pelo celular, mas a compra ainda tende a ocorrer por outros dispositivos.

mobile e-commerce

                                             Fonte: Criteo

Essa diferença entre tráfego mobile e vendas constitui uma janela de oportunidade para o comércio e para a conversão de usuários e clicks em reais consumidores. Um dos desafios a serem ultrapassados relaciona-se à melhoria da experiência de compra, pelo fornecimento de um site no formato adequado a uma navegação por celular. Aproximadamente 30% dos cem maiores varejistas globais ainda mostram ao usuário de celular uma versão de seu site destinada a uso em desktop, o que torna a navegação difícil e lenta. Varejistas no Brasil e no mundo perdem grandes oportunidades de negócios por desvalorizarem a experiência mobile do consumidor como forma de alavancar vendas online.

O grande gargalo da entrega

Os grandes players mundiais de logística para o comércio eletrônico já mostram sinais de incapacidade em atender à demanda gerada pelo e-commerce. Atualmente, tem-se observado uma elevação no preço desses serviços, e constantes atrasados nas entregas. Questões como essa levaram algumas redes varejistas virtuais a expandir seus planos na direção dos canais de transporte e logística. A Amazon, por exemplo, já possui frota própria de caminhões nos EUA, planeja aquisição de empresas europeias para expandir sua rede de entrega, e lançou recentemente seu programa Prime Air para realizar entregas com drones em menos de meia hora, ao custo de um dólar por serviço prestado. Apesar de ainda haver muita especulação em relação aos planos da empresa, a Amazon parece estar traçando forte estratégia de criação de um serviço global de entrega.

As empresas que não têm recursos suficientes para entrar nesse mercado encontraram, todavia, uma alternativa interessante: os chamados Click & Collect por meio do qual os clientes buscam suas compras em lojas físicas ou em pontos de coleta determinados. A parcela de compras online usando Click & Collect ainda é pequena, mas avançou bastante em 2015 em diversos mercados, inclusive no brasileiro.

A etapa de entrega ainda constitui um grande custo na estrutura operacional das empresas de e-commerce no Brasil. Entre as estratégias adotadas para reduzir o problema estão o estabelecimento de novos centros de distribuição fora da região sudeste e a redução no oferecimento de frete grátis, prática até pouco tempo comum entre as lojas virtuais. Há poucos provedores especializados em entregas no comércio eletrônico, o que repercute em uma série de frustrações pelo lado dos consumidores e prejuízos para as empresas. Dados do Reclame aqui revelam que a parte considerável das queixas sobre lojas de e-commerce refere-se à entrega. Os Correios figuram na 12ª posição na lista das empresas com maiores índices de reclamação naquele site. Isso é um indicador claro de gargalo para o crescimento do e-commerce no Brasil.

Somam-se a essas dificuldades a recente mudança nas regras de cobrança do ICMS, que entrou em vigor no início de 2016 e exige a repartição dos impostos estaduais entre os locais de origem e destino do bem. Isso obriga as empresas que atuam online a se cadastrar nas 27 secretarias estaduais da fazenda, caso queiram operar em todo território nacional, além de exigir a emissão de duas guias – para pagar impostos no estado de origem e de destino – em toda transação interestadual. Entidades representativas do setor privado apontam que a mudança ampliou a burocracia e elevou custos excessivamente, em particular para as micro e pequenas empresas. Na última semana, o STF concedeu liminar que isenta as empresas optantes pelo Simples Nacional dessas novas regras de cobrança.

Apesar do cenário econômico adverso previsto para os próximos anos, o comércio eletrônico ainda consegue vislumbrar taxas de crescimento expressivas. É preciso garantir que o Estado não criará mais obstáculos para uma atividade de tanto potencial, para que não nos distanciemos, mais uma vez, da realidade global do mercado, que caminha na direção da redução, e não do aumento de burocracias no setor.

O que é a neutralidade de rede e por que ela importa?

A questão da neutralidade de rede foi bastante debatida durante a discussão e posterior aprovação do chamado “Marco Civil da Internet”. Este é um assunto que vem sendo tratado há pelo menos uma década no restante do mundo e há argumentos razoáveis contra e a favor de se estabelecer normas e leis que garantam essa neutralidade. Mas o que é a “neutralidade de rede” e por que se trata de questão importante?

A neutralidade de rede é o princípio segundo o qual todos os conteúdos, websites, plataformas e aplicativos devem ser tratados de maneira igual pelos provedores de internet, independentemente dos pacotes contratados. Por esse princípio, uma pessoa não deveria ser obrigada a fazer um plano especial com o seu provedor de internet para poder acessar a Wikipédia, o Netflix ou qualquer outro serviço. Sob o mesmo princípio, uma pequena loja online (ou mesmo a Amazon) não deveria ter de pagar aos provedores de internet para que os usuários possam ter acesso aos seus serviços.

O princípio garante, por exemplo, que uma operadora de celular não restrinja o acesso a serviços como o Skype, que concorrem diretamente com os serviços de telefonia da própria operadora. Alternativamente, sem a neutralidade de rede, uma provedora de internet poderia fazer pacotes de acesso para serviços específicos, com diferentes precificações, tal qual as empresas de TV a cabo fazem com os canais de televisão (ver exemplo hipotético na imagem abaixo).

Para seus defensores, a neutralidade de rede é importante para não inibir a entrada de sites e aplicativos inovadores no mercado atualmente aberto da internet. Ao mesmo tempo, a neutralidade assegura a livre navegação por parte dos usuários.

Garantir a neutralidade de rede seria justificado pela natureza oligopolística (e, em alguns casos/regiões, até monopolística) das provedoras de internet fixa e móvel. Em muitas cidades, há apenas uma ou duas empresas provedoras de internet fixa e cobertura de duas ou três operadoras de internet móvel. Esse ambiente de alta concentração poderia, no limite, fazer com que os consumidores só tivessem acesso (ou tivessem acesso preferencial) a conteúdos e aplicativos escolhidos por estas operadoras.

Os contrários à imposição da neutralidade de rede também argumentam que ela pode trazer restrições a discriminações benéficas ao consumidor. Por exemplo, uma operadora poderia fazer um plano básico e barato de internet com acesso limitado a serviços como email, WhatsApp e Facebook para usuários que não utilizam mais que isso,[1] e outro plano mais avançado e rápido para pessoas que usam frequentemente serviços intensivos em banda, como Netflix ou torrents. Nessa situação hipotética, o primeiro usuário se beneficiaria de um plano barato e adequado às suas necessidades, enquanto o segundo poderia ter um acesso mais rápido aos serviços utilizados.

Outro argumento dos que são contrários ao estabelecimento de leis garantindo a neutralidade de rede é que impedir provedoras de internet de fornecer pacotes específicos a preços diferentes para distintos usuários limitaria o retorno dessas empresas, o que, por sua vez, poderia fazer com que elas investissem menos em infraestrutura. Outros argumentam que, mesmo a internet tendo passado décadas sem regras que obrigassem as provedoras a manterem a neutralidade de rede, a neutralidade pouco teria sido violada ou ameaçada. Portanto, impor regras nesse sentido seria desnecessário.

A discussão é relevante para os dias atuais,já que o acesso à internet tornou-se um serviço de utilidade pública e as linhas que dividem as atividades de empresas voltadas para a internet têm se tornado cada vez mais tênues. Grandes empresas de conteúdo, como o Google (através do Project Loon) e o Facebook (por meio do internet.org), estão interessadas em levar internet gratuita ou de baixo custo a áreas pobres e remotas do mundo.

O projeto do Facebook tem sido criticado por fornecer apenas serviços que a companhia escolhe – naturalmente, o próprio Facebook é um desses serviços. Já o Google tem sido criticado pelo seu potencial de direcionar os usuários, podendo, inclusive, decidir eleições acirradas, por meio de seus algoritmos.

Sem dúvida, uma maior cobertura da internet pelo mundo é bem-vinda, mas, como não há almoço grátis, é preciso saber se os benefícios superam os custos (financeiros ou não). Apesar dos argumentos contrários à garantia da neutralidade de rede, manter os princípios da internet aberta, livre e com poucas barreiras de entrada para novos empreendedores ainda é o melhor caminho.

 

Figura – Exemplo hipotético de como as provedoras de internet poderiam cobrar por pacotes específicos de serviços online, sem a exigência de neutralidade de rede

what-is-net-neutrality-isp-package-diagram

Fonte: Le Monde

[1] De certa maneira, algumas operadoras de telefonia brasileira já têm aderido a esse tipo de prática ao não cobrarem de seus clientes o acesso ao Facebook, Whatsapp e Twitter.

As cinco temidas

O jornalista Farhad Manjoo,  do The New York Times, publicou um interessante artigo sobre o que ele chamou de as “cinco grandes temidas da tecnologia”.  Elas seriam a Google, Microsoft, Apple, Facebook e Amazon. Seriam as temidas, pois são cada vez mais dominantes em seus respectivos mercados e estão se consolidando sem ameaças previsíveis.

Farhad argumenta que as gigantes estão se estabelecendo de tal forma no funcionamento dos seus próprios mercados via efeitos de rede e de plataforma que elas são capazes de sufocar, ao menos neste momento,  praticamente quaisquer ataques vindos de potenciais concorrentes.

Não é coincidência que as cinco temidas são do setor de serviços. Afinal, já sabemos que os serviços vieram para dominar em definitivo a economia global. Mas também não é coincidência que essas empresas buscam cada vez mais, de um jeito ou de outro, a sua consolidação através da produção de um blend de serviços e de bens.

A Google, que começou produzindo serviços, se mete de forma crescente na produção de bens industriais, incluindo carros não motorizados, telefones e muitos outros equipamentos. A Amazon encoraja o desenvolvimento de equipamentos, incluindo leitores de livros, drones para entregas e outros. Já a Apple, que se concentrava mais na produção de bens, se tornou uma mega produtora de serviços. Já as “primas”, como a Uber, financia o desenvolvimento de carros não motorizados.

Devemos caracterizar as empresas de tecnologia como sendo do setor de serviços ou industrial? A resposta é de ambos. E isto ocorre porque a geração de valor está no amalgama entre bens e serviços e não apenas em ou outro, o que decorre da relação sinergética e simbiótica entre bens e serviços.

As empresas de tecnologia foram, cada uma a seu modo, entendendo isto a ponto de se tornarem ameaças para  as empresas para quem supostamente elas deveriam fornecer soluções tecnológicas.  Hoje, as fabricantes de carros vêem as empresas de tecnologia como a sua maior ameaça.  Afinal, se os sistemas de navegação, segurança e entretenimento estão se tornando a parte de mais alto valor agregado do carro moderno, então o papel da montadora está se tornando, de certa forma, secundário.  E é este tipo de movimento que tem encorajado as empresas de tecnologia a buscar agregar elas mesmas valor complementar em torno das suas soluções tecnológicas. Isto ajuda a explicar a desesperada busca das montadoras por aquisição de empresas de tecnologia e de parcerias. De uma forma ou outra, o mesmo ocorre em outros segmentos.

É difícil prever o futuro da economia digital em razão da sua própria natureza. Mas é certo que o que quer que venha pela frente terá na relação entre bens e serviços o pilar da criação de riqueza.

 

O comportamento do consumidor e o futuro do varejo

Hoje, metade da população adulta mundial possui um smartphone. Esse usuário checa seu celular, em média, 150 vezes ao dia. Ao entrar em uma loja, o contato com um produto já é imediatamente seguido por um click na tela mais próxima para se buscar avaliações e construir uma opinião sobre o item de interesse. Essa ausência de distinção entre os mundos offline e online marca uma transformação importante no padrão de comportamento do consumidor, que finalmente começou a ser compreendida pelas grandes redes varejistas de lojas físicas e online.

Entendendo o consumidor omni-channel

Uma pesquisa realizada pelo Google mostrou que, desde 2011, o uso do recurso de busca “perto de mim” aumentou em 34 vezes – sendo que 80% dessas buscas foram feitas por smartphones. Enquanto 94% dos consumidores pesquisaram sobre lojas próximas à sua localização, 51% de fato visitaram a loja, enquanto 29% realizaram uma compra.

stats                                        Fonte:  Think with Google

Isso demonstra que estar no radar das plataformas de busca tornou-se ainda mais crucial para o crescimento das vendas de qualquer rede de varejo. Assim, ter uma estratégia de sucesso hoje significa ser capaz de alcançar os consumidores onde quer que eles estejam, em qualquer dispositivo que eles estiverem usando.  Essa é a importância de se compreender o padrão de comportamento dos chamados consumidores omni-channel, que utilizam simultaneamente diversos canais de compra e que almejam uma experiência consistente e complementar entre eles, durante toda a sua jornada em busca do produto.

Em função disso, o que se constata é que os meios digitais não só fomentam o comércio eletrônico, mas também levam mais consumidores para as lojas. Pesquisa da MasterCard revelou que oito em cada dez  consumidores utilizam celulares em pesquisas dentro do próprio estabelecimento. Isto é, o celular já é parte da experiência de consumo, como um “assistente pessoal” para preencher lacunas informacionais e para planejar futuras compras. As empresas que desejam conquistar esses consumidores precisarão fornecer, por meio do celular, as informações necessárias para uma experiência de consumo mais integrada entre os canais, que eles ainda não conseguem obter. Um exemplo disso é a informação sobre a disponibilidade de um item – o chamado “inventário online” (local inventory ads ou LIAs), onde o cliente consegue saber, de forma precisa, onde ele poderá encontrar um determinado produto. Dados do Google mostram que a varejista Sears Outlet mais que dobrou o número de visitas às lojas da rede após o uso de LIAs em comparação com o retorno obtido por propagandas tradicionais. No caso da empresa, cada dólar gasto em mídias sociais reverteu-se em oito dólares em vendas nas lojas físicas. Por esse motivo, as empresas precisam avançar em direção ao frictionless shopping, isto é, a eliminação das barreiras entre sistemas físicos e digitais, algo crucial para atender as demandas dos consumidores omni-channel. A adoção dessa estratégia já gera resultados para várias empresas, como é o caso da rede Macy’s: as ações de marketing para atrair clientes em canais in-store e online elevaram consideravelmente as vendas em suas lojas físicas. Além disso, conforme pesquisa do Google, clientes que transitam entre canais são mais “valiosos”: seus gastos são cerca de 250% superiores aos dos que realizam compras por apenas por um canal.

É em função desse novo padrão de comportamento do consumidor que as empresas precisam se preparar para um futuro cada vez mais mobile. Assim, o sucesso na adoção de estratégias para a integração cada vez maior entre lojas físicas, sistemas de entrega dos produtos, smartphones, desktops e tablets  é que definirá os grandes varejistas de amanhã.

(Des)Conectados

Os anos 2000 marcaram o avanço do uso da Internet. O lançamento dos smartphones prenunciou uma nova fase em que se manter conectado se tornaria um fator estratégico para empresas e uma exigência cada vez maior da sociedade. Desde BlackBerrys a iPhones, o novo sistema de comunicação passou a incorporar uma infinidade de serviços em que o diferencial seria a capacidade de acessar a Internet a partir de qualquer lugar no planeta.

Ao mesmo tempo, os negócios passaram a incorporar tais funcionalidades e o acesso quase imediato à informação passou a ser fator crucial de competividade. É nesse contexto que surgem oportunidades para o desenvolvimento de soluções inteligentes que demandam o acesso à Internet.

Porém, a oferta e a qualidade dos serviços de Internet são pré-requisitos para que seja possível usufruir das potencialidades da rede.

O mapa abaixo ilustra a discrepância entre regiões e países quanto ao uso da rede. Destacam-se os países desenvolvidos como os grandes usuários da Internet. O gráfico seguinte aponta que, além do baixo acesso, países de menor grau de desenvolvimento apresentam serviços de Internet mais caros. Esses dados revelam a ineficiência do serviço naqueles países e, principalmente, o atraso em relação aos países desenvolvidos.

Mapa – Dispositivos conectados à Internet

worldmap_lowres_16to9_1600x900

Fonte: Internet Census 2012.

Gráfico: subscrições e preço da Internet, por nível de desenvolvimento dos países

Sem títuloNota: LDCs = least developed countries.

Fonte: International Telecommunication Union.

Olhando para o Brasil no mapa, chama atenção a diferença regional quanto ao acesso à Internet. Segundo dados da PNAD/IBGE referentes ao ano de 2013, mais de 50% da população ainda não têm acesso à rede. Os dados são ainda mais preocupantes ao se considerar a velocidade da conexão. Conforme ranking mundial de velocidade da Internet da Akamai, o Brasil ocupa a 94ª posição, com uma velocidade média de conexão de 3,6 Mb/s, enquanto a média global é de 5,1 Mb/s.  Em países desenvolvidos, a velocidade ultrapassa 10 Mb/s – chegando a 20,5 Mb/s na Coréia do Sul, que ocupa o primeiro lugar no ranking.

A baixa qualidade do serviço de Internet representa um entrave para que países em desenvolvimento possam incorporar soluções para impulsionar o crescimento e a competitividade. A migração para sistemas de produção inteligentes que envolvem, por exemplo, o uso de serviços em nuvem e produtos associados à Internet das Coisas demandam o desenvolvimento de uma estrutura de rede ampla e moderna.

Superar o gargalo da infraestrutura de acesso à Internet talvez seja o grande desafio para países que, como o Brasil, precisam encontrar atalhos para a inserção competitiva nas cadeias globais de valor.

Em que apostar para 2016?

O ano de 2015 está sendo marcado pelo baixo crescimento, aumento do desemprego e inflação acima de patamares históricos recentes. Diante de uma previsão de contração do PIB de 3,7% em 2015 e de 2,8% em 2016, tempos como estes trazem à tona questionamentos sobre como impulsionar a economia nos próximos anos.

Um bom passo é olhar para os setores mais promissores. Atividades associadas à saúde, serviços tecnológicos e finanças estarão entre as mais rentáveis, conforme publicação da Forbes. De acordo com o gráfico abaixo, os serviços destacam-se dentre as atividades mais prósperas, especialmente aqueles associados à tecnologias de informação e serviços que são insumos para outros setores da economia.



Relatório
da Deloitte em parceria com a Exame mostra que, dentre as 200 pequenas e médias empresas (PMEs) que mais crescem em termos de receita líquida, 27% encontram-se em Serviços de Tecnologia da Informação e 15% em Serviços para Empresas.

Gráfico  – Distribuição das PMEs que mais crescem no Brasil, por setor de atuação

Deloitte

Fonte: Deloitte.

A conclusão é que as atividades mais rentáveis para os próximos anos compõem o grupo de serviços tecnológicos e intermediários na produção de outros setores. Por isto, incentivar o desenvolvimento de tais atividades parece ser uma boa aposta para a recuperação e modernização da economia brasileira. Na verdade, não é uma aposta só para 2016. É uma aposta para a recuperação do crescimento sobre uma base voltada para o futuro.

Older posts Newer posts