No 2o. semestre de 2015, iniciando no dia 10/08, o Prof. Jorge Arbache ofertará a disciplina “Economia de Serviços”. O curso será ministrado como parte do programa de Pós-Graduação do Departamento de Economia da Universidade de Brasília (UnB) e está aberto a alunos especiais. Abaixo, encontra-se a ementa da disciplina.

 

Universidade de Brasília

Faculdade de Economia Administração e Contabilidade – FACE

Departamento de Economia – Pós-Graduação

Economia de Serviços

Prof. Jorge Arbache

2/2015

Objetivo

O setor de serviços é, de longe, a mais importante atividade econômica do Brasil e da maioria dos países de renda média e alta. No Brasil, o setor já responde por 70% do PIB, 74% da força de trabalho e por 83 de cada 100 novos postos de trabalho formal. Os serviços também já respondem por cerca de 65% dos investimentos diretos estrangeiros e por metade do comércio mundial, mas estima-se que até meados da próxima década eles corresponderão por 75% do total.

A despeito de tamanha relevância, sabe-se relativamente pouco sobre o setor e razões para isto não faltam, incluindo questões conceituais e metodológicas foco da literatura econômica na indústria e nas atividades primárias.

O objetivo do curso é explorar questões conceituais, metodológicas, técnicas, teóricas, empíricas e práticas sobre o setor de serviços no Brasil e no mundo. Examinaremos, ainda, bancos de dados de serviços, análises comparadas entre países e estratégias e políticas públicas e privadas para o desenvolvimento do setor.

O curso dará especial ênfase à relação entre o setor de serviços e outros setores, notadamente a indústria.

Examinaremos, ainda, dentre outros, a relação entre serviços e tecnologia, inovações, comércio internacional, investimentos, competição, competitividade, cadeias globais de valor, crescimento econômico, convergência/divergência de renda entre países, armadilha da renda média, balança de pagamentos, formação de preços, empregos e salários.

Dentre os bancos de dados examinados, estão: Pesquisa Anual de Serviços, Pesquisa Industrial Anual, Contas Nacionais, World Input-Output – OECD, Siscoserv-MDIC, DataViva, TiVA-OECD, STRI-OECD e STRD – World Bank.

 

Avaliação

Paper individual ao final do curso com entre 7000 e 10000 palavras, pelo menos três one-pagers e ao menos um seminário por aluno. O paper será entregue até o dia 15 de fevereiro de 2016.

 

Calendário e local

Início das aulas no dia 10 de agosto e fim no dia 14 de dezembro.

Aulas nas terças e quintas de 18-20h na FACE – UnB, sala D1 06/10.

Email: jarbache@gmail.com

 

Bibliografia básica

Acemuglu, D.; Carvalho, V. M.; Ozdaglar, A.; Tahbaz-Salehi (2012: A. The network origins of aggregate fluctuations. Econometrica. 80: 1977-2016.

Acemoglu, D., Aghion, P., Lelarge, C., Van Reenen, J., & Zilibotti, F. (2007): Technology, information, and the decentralization of the firm. The Quarterly Journal of Economics, v. 122, n. 4, pp. 1759-1799.

Amiti, M., & Wei, S. J. (2005): Service offshoring, productivity and employment: evidence from the United States. IMF. IMF Working Paper, n. 05/238.

Arbache, J. (2005): Inovações tecnológicas e exportações afetam o tamanho e a produtividade das firmas manufatureiras? Evidências para o Brasil. in Inovações, padrões tecnológicos e desempenho das firmas industriais brasileiras. De Negri, J. A. & Salerno, M. S. (Org.). IPEA.

Arbache, J. (2012): Is Brazilian manufacturing losing its drive? Department of Economics, University of Brasilia, [Mimeo], available at http://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=2150684

Arbache, J. (2014): Serviços e competitividade industrial no Brasil. Confederação Nacional da Indústria – Brasília: Confederação Nacional da Indústria.

Arbache, J. (2014): Convergência ou divergência de renda? Desafios do desenvolvimento no século XXI, Conferências de Lisboa.

Arbache, J. (2014): Dinâmica recente da conta de transações correntes e a conta de serviços, Revista de Comércio Exterior, 50: 50-59.

Arbache, J. (2014), O Brasil e a importância econômica da indústria intensiva em conhecimento, São Paulo: Associação Brasileira de Propriedade Intelectual.

Arbache, J. (2015): Produtividade no Setor de Serviços, in F. De Negri e R. Cavalcanti (orgs), Produtividade no Brasil – Desempenho e Determinantes, V. II, Brasília: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA.

Arbache, J. (2015): Por que serviços? In N. Barbosa, N. Marconini, M. Pinheiro e L. Carvalho (orgs), Indústria e desenvolvimento produtivo no Brasil, São Paulo: Elsevier e FGV.

Arbache, J. e Aragão, C. (2014): Infraestrutura e competitividade da indústria brasileira, Confederação Nacional da Indústria – Brasília: Confederação Nacional da Indústria.

Arbache, J e Moreira, R. (2015): How can services improve productivity? The case of Brazil, REDLAS Conference, Montevideo, May 2015.

Berlingieri, G. (2013): Essays on international trade and firm organization. PhD thesis, The London School of Economics and Political Science.

Cernat, L. e Kutlina-Dimitrova, Z. (2014): Thinking in a box: A mode 5 approach to service trade, Chief Economist Note, Brussels: European Commission.

CNI (2013), Tributação Sobre o Setor de Serviços: Impactos, Casos e Recomendações de Políticas, Brasília: Confederação Nacional da Indústria.

CNS (2013), Os Serviços no Brasil 2013, Brasília, Confederação Nacional de Serviços.

Coase, R. H. (November 1937): The nature of the firm. Economica. New Series, v. 4, issue 16, pp. 386-405.

Dadush, U. (2015): Is manufacturing still a key to growth? OCP Policy Center. Policy Paper, February 2015.

Duarte, M.; Restuccia, D. (2010): The role of the structural transformation in aggregate productivity. The Quarterly Journal of Economics, 125: 129-173.

Eichengreen, B., & Gupta, P. (2009): The two waves of service sector growth. NBER. Working Paper, n. 14968.

European Commission (2014): High level group on business services, Brussels: European Union.

Francois, J. e Woerz, J. (October 2008): Producer services, manufacturing linkages, and trade. Journal of Industry, Competition and Trade, v. 8, issue 3-4, pp. 199-299.

Francois, J., Manchin, M. e Tomberger, P. (2003): Service linkages and the value added content of trade, World Bank PRWP 6432.

Ghani, E. e O`Connell, S.D. (2014): Can services be a growth escalator in low-income countries? World Bank PRWP 6971.

Gonzalez, J.L., Meliciani, V. e Savona, M. (2015): When Linder meets Hirschman: Interindustry linkages and global value chain business services, REDLAS Conference, Montevideo.

Griliches, Z. (1957), Hybrid Corn: An Exploration in the Economics of Technological Change, Econometrica, 25: 501-522.

Groot, H. L. F. (2001): Macroeconomic consequences of outsourcing: an analysis of growth, welfare and product variety. De Economist, v. 149, issue 1, pp. 33-51.

Hausmann, R.; Hidalgo, C. A. (2013): The atlas of economic complexity: mapping paths to prosperity. The MIT Press. Cambridge e Londres.

Hidalgo, C. A; Hausmann, R. (2009): The building blocks of economic complexity. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America, 106: 10570-5.

Helper, S., Krueger, T., e Wial, H. (2012), Why Does Manufacturing Matter? Which Manufacturing Matters? A Policy Framework, Washington, DC: Brookings.

Lodefalk, M. (2013), Servicification of Manufacturing – Evidence from Sweden, International Journal of Economics and Business Research, 6: 87-113.

Lodefalk, M. (2014), The Role of Services for Manufacturing Firm Exports, Review of World Economics, 1: 59-82.

McKinsey (2012): Manufacturing the future: the next era of growth and innovation.

Nordas, H.K., e Kim, Y. (2013), The Role of Services for Competitiveness in Manufacturing, OECD Trade Policy Papers No. 148.

OECD (2014), OECD Perspectives on Global Development 2014: Boosting Productivity to Avoid the Middle Income Trap, Paris: OECD.

Rodrik, D. (2013): The past, present and future of economic growth. Working Paper. Global Citizen Foundation.

Rodrik, D. (2013): Unconditional convergence in manufacturing. The Quarterly Journal of Economics, 128: 165-204.

Rodrik, D. (2015) Are services the new manufacture? Project Syndicate.

Rodrik, D. (2015): Premature deindustrialization. NBER. Working Paper, n. 20935.

Timmer, M. P. (2012): The World Input-Output Database (WIOD): Contents, Sources and Methods, WIOD Working Paper, n. 10, downloadable at http://www.wiod.org/publications/papers/wiod10.pdf

United Nations Conference on Trade and Development (2013): World Investment Report 2013 – Global Value Chains: Investment and trade for development. New York and Geneva: United Nations.

Windrum, P.; Reinstaller, P.; and Bull, C. (April 2009): The outsourcing productivity paradox: total outsourcing, organizational innovation, and long run productivity growth. Journal of Evolutionary Economics, v. 19, issue 2, pp. 197-229.

Wolfl, A. (2003): Productivity growth in service industry, OECD STI WP 2003/07.

Xing, Y. and Detert, N. (2010), How iPhone Widens the US Trade Deficits with PRC, GRIPS D.P. 10-12.

Zhou, N. e Whalley, J. (2015): How do the Gats-plus and Gats-minus characteristics of regional service agreements affect trade in services, NBER-WP 20551.