O setor musical abrange diversos ritmos e estilos que envolvem múltiplos profissionais da área, como os produtores, a indústria fonográfica, show business, empresários, órgãos fiscalizadores, organismos reguladores, empresas de divulgação, empresas de logística, consumidores finais, dentre outros, que caracterizam a cadeia de produção musical. Dados do Sebrae Nacional (2016) apontam que atualmente existem 91.023 pequenos negócios formalizados operando na indústria musical no Brasil. Isso significa que esse setor faz “barulho” sim e ajuda a movimentar a economia do país.
O avanço das tecnologias impactaram fortemente nos serviços musicais e, com a chegada da internet, os consumidores estão cada vez mais conectados a esses serviços. Atualmente, a Apple tem a maior loja de música online do mundo, a iTunes Store. O problema é que esse serviço é pago e, cada vez mais, os consumidores de músicas buscam soluções alternativas em que eles possam acessar o conteúdo desejado sem precisar pagar por ele.
Houve rápida evolução no mercado musical nos últimos anos. De acordo com o Relatório Global da Música, em 2015, as vendas globais de produtos físicos (CD, DVD e Blu-ray) e downloads de músicas reduziram 4,5% e 10,5% respectivamente, em relação ao ano anterior.
A iTunes Store, que até recentemente dominava o mercado de música online, viu sua posição ameaçada por diversos serviços de streaming. Um dos seus principais concorrentes, o Spotify, tem versão gratuita com publicidade entre a execução das músicas. Outro grande concorrente, o Google Play, permite o acesso gratuito por 30 dias, assim como o Groove Music, o TIDAL e o Deezer. Cada um deles dá acesso a mais de 30 milhões de músicas. Para seguir relevante no mercado, a Apple introduziu, em junho de 2015, o Apple Music, serviço de streaming similar aos já citados. Em 2015, esse mercado teve um aumento de seu consumo de 93% e de seu faturamento de 45%.
Dados da ABPD (Associação Brasileira dos Produtores de Discos) mostram que, em 2015, no Brasil, o mercado fonográfico aumentou a sua receita em 10,6% e as receitas com a distribuição de músicas em formato digitais aumentaram 61%. Já as receitas que originaram da distribuição por streaming remunerados por subscrição/assinatura aumentaram 192,4% e o streaming remunerado por publicidade aumentou 30,7%. As duas modalidades de streaming representam, respectivamente, 30,5% e 30,1% do faturamento total com música digital no Brasil.
O gráfico abaixo, retirado de levantamento da Statisa, mostra como os serviços de streaming têm crescido nos EUA nos últimos anos em detrimento das vendas de CDs e músicas e álbuns online.
Crescimento do mercado musical dos EUA por segmentos (primeiro semestre de 2016 vs. mesmo período de 2015)
Fonte: Statisa.
Ainda de acordo com o Sebrae Nacional, essas tendências do mercado global implicam em diversas mudanças no mercado da música. Nos dias atuais, os músicos dependem cada vez menos das estruturas tradicionais do mercado para criar um produto de qualidade. O acesso às redes sociais permite que haja maior compartilhamento de conhecimento — não é mais necessário ir comprar revistas de cifras da banca de revistas, por exemplo. Com a crescente inovação e melhoria das bandas de internet, é possível ampliar as transferências de conteúdos. Por fim, há maior proximidade entre fornecedor e consumidor, pois a mídia tradicional não será mais tão relevante, dando espaço às mídias conectadas.
Portanto, a competitividade desse mercado exige que os fornecedores se adaptem ao acesso imediato e incorporem medidas tecnológicas, tanto na gravação das músicas, quanto na sua forma de distribuição e transmissão ao consumidor, aprimorando sempre as suas atividades. Além disso, quando se trata de música como bem de consumo final, é necessário, assim como também ocorre em outros mercados, identificar o público-alvo para tornar a oferta mais atrativa para os consumidores.
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